Lucas é o que se pode chamar de cético nato! No auge dos seus quase 30 anos, o apresentador, hoje empoderado, já passou por poucas e boas, o que pode tê-lo deixado meio amargurado e fechado para novas experiências, fazendo-o a acreditar 0% em signos e outras coisas “místicas/exotéricas”. Até que um encontro inesperado o faz repensar atitudes com relação a si mesmo e àqueles que estão a sua volta, levando-o a acreditar em outras visões de mundo que não aquela engessada que ele estava tão acostumado.
“[…] Não acho que os dois acreditavam de verdade que eu era hétero […] Mas a heteronormatividade existe, por isso sempre tem aquilo de suporem que você não é LGBTQIA+. Junto ao fator homofobia, claro.” (Vitor DiCastro, p. 84)
Às vésperas de comemorar seu 30º aniversário, mesmo estando endividado, Lucas só pensa em numa coisa: dar uma grande festa! Afinal, como pessoa pública, na mídia, o jovem tem que aparecer glamoroso, não é mesmo? Só que as coisas começam a desandar quando Lucas recebe ligações ameaçando aqueles que ele mais ama caso ele não pague o que deve.
Parece que o inferno astral “pré-aniversário” de Lucas veio com tudo, quer ele acredite nessas coisas ou não, e caberá agora a ele resolver essa pendência antes que seja tarde, ou sua família estará mesmo em apuros.
Com um humor meio ácido – especial, por parte do protagonista -, Inferno Astral mescla reflexões sobre o preconceito LGBTQIA+, que infelizmente ainda está muito enraizado na nossa sociedade, e tiradas que nos fazem rir a beça ao longo da leitura, tornando assim uma história leve, divertida e inusitada. Um bom romance para ler e relaxar, cuja história embora pareça meio rasa, toca em pontos importantes sobre família, amizade e especialmente, empatia, mostrando um amadurecimento enorme do protagonista ao longo da narrativa, que aprende muito com os erros que já cometeu – e provavelmente até com os que virá a cometer algum dia -, além é claro de destacar os principais pontos de cada signo do zodíaco, que como uma maldição, perseguirão Lucas até o desfecho da trama – o que garante boa parte das risadas com as situações mais loucas que a personagem vive (a taurina aqui super aprovou a análise de seu signo 😆)
“- Você faz o seu destino, querido – responde, carinhosa. – Mas os signos vão te influenciar, quer você acredite neles ou não, Lucas – arremata, me olhando fundo nos olhos. – Mas você já tem muita coisa a refletir por hoje.” (Vitor DiCastro, p. 119)
Leia e aprecie sem moderação – e depois me conta seu signo 😉
Planeta | 2020 | 1ª ed. | 224 p.
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Lendo com gatos 